Edifícios e cultura emblemáticos
A cidade deve prezar pela qualidade dos edifícios e do seu entorno. Historicamente, as pessoas costumavam usar a cidade inteira ou até mesmo o país inteiro para construir importantes edifícios históricos, e esses edifícios históricos tornaram-se símbolos de governos, empresas e instituições. Hamburgo, na Alemanha, é o maior centro de transporte marítimo do mundo e a cidade mais rica da Europa. Em 2007, Hamburgo transformará um grande armazém no cais às margens do Rio Elba em uma sala de concertos. O custo tem sido continuamente aumentado, de 77 milhões de libras para 575 milhões de libras, orçados pela prefeitura. Espera-se que seu custo final chegue a 800 milhões de libras, mas, após sua conclusão, se tornará um importante centro cultural na Europa.
Foto: Elba Concert Hall em Hamburgo, Alemanha
Edifícios emblemáticos, criativos e modernos, inspiram e influenciam a experiência do espaço urbano e podem estabelecer uma referência de valor para a cidade. Por exemplo, Bilbao, cidade onde se localiza o Museu Guggenheim na Espanha, era originalmente uma base industrial metalúrgica. A cidade se desenvolveu na década de 1950 e declinou devido à crise industrial após 1975. De 1993 a 1997, o governo fez todos os esforços para criar o Museu Guggenheim, o que finalmente permitiu que esta cidade antiga, onde ninguém jamais havia pernoitado, atraísse mais de um milhão de turistas todos os anos. O museu trouxe vitalidade a toda a cidade e também se tornou um importante marco cultural da cidade.
Foto: Museu Guggenheim, Espanha.
O edifício emblemático não é um conjunto de guindastes, mas sim um edifício integrado ao meio ambiente. É um edifício-chave com uma função urbana abrangente e desempenha um papel importante no desenvolvimento da cidade. Por exemplo, em Oslo, capital da Noruega, uma casa de ópera foi construída em uma clareira no porto entre 2004 e 2008. O arquiteto Robert Greenwood é norueguês e conhece a cultura de seu país como ninguém. Este país tem neve durante a maior parte do ano. Ele utilizou pedra branca como camada superficial, cobrindo-a até o teto como um tapete, de modo que toda a casa de ópera se eleva do mar como uma plataforma branca, em perfeita harmonia com a natureza.
Foto: Ópera de Oslo.
Há também o Museu Lanyang, no Condado de Yilan, em Taiwan. Ele fica à beira-mar e se ergue como uma pedra. Você só pode apreciar e vivenciar esse tipo de arquitetura e cultura arquitetônica aqui. A harmonia entre arquitetura e meio ambiente também é um símbolo da cultura local.
Foto: Museu Lanyang, Taiwan.
Há também o Tokyo Midtown, no Japão, que representa outra cultura. Em 2007, ao construir o Midtown em Tóquio, onde os terrenos são muito caros, 40% do terreno planejado foi usado para criar quase 5 hectares de áreas verdes, como o Parque Hinocho, o Jardim Midtown e o Lawn Plaza. Milhares de árvores foram plantadas como áreas verdes. Um espaço aberto interessante. Comparado ao nosso país, que ainda utiliza todo o terreno para calcular a taxa de ocupação para obter o máximo benefício, o Japão melhorou a qualidade da construção.
Foto: Tokyo Midtown Garden.
“Devido à competição de alta velocidade entre diferentes cidades em escala regional e global, a construção de edifícios icônicos se tornou uma prioridade para uma cidade importante”, observou o arquiteto e planejador espanhol Juan Busquez.
Na China, edifícios emblemáticos são o objetivo de muitas cidades e de muitas novas construções. As cidades competem entre si para realizar licitações internacionais de design, apresentar arquitetos estrangeiros, tomar emprestado a reputação e a arquitetura de arquitetos estrangeiros, adicionar brilho a si mesmas ou clonar diretamente para criar uma cópia do edifício, transformando a criação em fabricação, o design se torna plágio, o objetivo é construir edifícios emblemáticos. Por trás disso também existe um tipo de cultura, que representa um conceito cultural de que cada edifício busca ser icônico e egocêntrico.
Data de publicação: 19 de outubro de 2021
